quarta-feira, 29 de outubro de 2014

La dolce vitta!

Roma é uma cidade que se devora! E, por enquanto, ainda não estou a falar dos prazeres gastronómicos!

Roma encanta, fascina, seduz desde o primeiro segundo! Há algo na sua luz inebriante que faz com que nos percamos de amores, sem apelo nem agravo! Sempre ouvi dizer que "não há bela sem senão" e que Roma era belíssima, sem sombra de dúvida, mas algo decadente e suja. Se assim o é, não me apercebi, porque Roma leva-nos a olhar para cima, para o que há de extraordinário na criação humana, para o divino. Pouco olhei para o chão, pelo que continuo sem resolver esse enigma da bela que tem sempre um senão à mistura!

Roma foi criada com génio, com paixão, com fervor artístico por tantos e tantos nomes maiores da pintura, da escultura, da música, da arte, da arquitectura. E preserva ainda essa sua aura imperial, essa imponência de quem nasceu para ser enorme! Até custa a crer nesse tal reverso da medalha, na crise que também assola Itália, nos sucessivos desgovernos e na corrupção endémica, em suma, algo que nos é bem familiar, a nós, Portugueses!

Pela mão de uma amiga romana, a Annapia, tive o privilégio de conhecer esta Roma que aprendi nos manuais de História, que dissequei até à exaustão, num exercício de fascínio basicamente inesgotável. Mas ver todos os manuais ganharem vida é avassalador. Não há palavras que sejam suficientemente eloquentes face à dimensão do que se vê. Contemplar os frescos de Rafaello e indescritível tecto da Capela Sistina, onde exércitos de turistas , esse mal necessário, desfilam todos os dias, enche-nos a alma de uma estranha esperança na condição humana e no seu infindo poder criativo! Na Praça de São Pedro, apesar das filas imensas de pessoas, senti uma paz imensa, uma tranquilidade que nos acaricia com doçura. 








No plano dos prazeres da mesa, não há como evitar as obrigatórias pizzas e pastas! Fiquei absolutamente fã da "pizza a taglio" que se vende um pouco por toda a parte, nos locais mais simples, mas com uma estonteante variedade de opções pizzescas! E isto é de tal forma verdade que, no primeiro dia, decidi almoçar uma pizza num restaurante bem charmoso, na esplanada, mas a pizza era muito pouco "sexy", gastronomicamente falando! Por sua vez, esta pizza a retalho, numa tradução completamente livre, vale mesmo a pena, sendo uma opção bastante económica, numa cidade extremamente cara, como Roma.


Pela mão da minha amiga romana, jantei num restaurante super acolhedor, no Campo di Fiori, cuja maestrina da cozinha, a D. Antónia, recebia os clientes, com um sorriso tipicamente mediterrâneo, enquanto enrolava a clássica "pasta", com os seus robustos braços de trabalho. E nada se compara a esta pasta fresca, tradicional, que sai dos dedos de quem sabe, fazendo as delícias dos comensais. O vinho tinto que escolhemos casava, na perfeição, com as delícias da D. Antónia! 





Roma, a eterna, que foi cenário de tantos filmes maiores da história da sétima arte! Quem a visita, jamais ficará saciado! Demasiado bela para se esquecer!









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